Em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta quarta-feira (17), o arqueólogo e pesquisador Arkley Bandeira falou sobre as descobertas arqueológicas registradas recentemente em São Luís, no local conhecido como Chácara Rosane, no bairro Vicente Fialho, onde a construtora MRV ergue conjuntos de prédios habitacionais.

“Em quatro anos de escavação, já desenterramos 43 esqueletos humanos e mais de 100.000 artefatos. É uma descoberta grandiosa. São vestígios de antigos povos que deixaram milhares de artefatos em São Luís, cerca de 6 mil ou 7 mil anos atrás. Um tesouro arqueológico que pode reescrever a história da ocupação humana no Brasil”, contou.

Na conversa com o apresentador e jornalista Ronald Segundo, o pesquisador explicou que os trabalhadores mal tinham começado a construção de um novo edifício em São Luís, quando se depararam com ossos humanos e fragmentos de objetos de cerâmica com as bordas desgastadas pela passagem do tempo. De acordo com ele, os arqueólogos pretendem datar os artefatos de maneira mais precisa mediante uma análise isotópica.

Arkley Bandeira, que é da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e está construindo um laboratório e museu para os artefatos com financiamento da construtora MRV, informou que a descoberta pode proporcionar novas ideias valiosas sobre a cultura e a história de povos antigos perdidos no passado.

O arqueólogo disse, ainda, que vários artefatos já tinham sido encontrados nessa área de São Luís desde a década de 1970, entre os quais havia parte de uma mandíbula humana.

“A equipe logo encontrou muito mais coisas no terreno de seis hectares, coberto de vegetação tropical: uma avalanche de ferramentas de pedra, fragmentos de cerâmica, conchas decoradas e ossos. A descoberta, sem dúvidas, já representa um marco da pré-história brasileira”, finalizou.

FONTE: ALEMA