A doação de órgãos e as longas filas de pacientes à espera de um transplante no Maranhão foram abordadas no programa ‘Café com Notícias’ desta terça-feira (30), na TV Assembleia, em conversa esclarecedora com a enfermeira Janaína Câmara, coordenadora adjunta da Central Estadual de Transplantes. No bate-papo com a jornalista e apresentadora Elda Borges, ela destacou que houve um reforço no foco das ações de conscientização sobre a importância da doação.
“Antes, nós focávamos nossa divulgação, a nossa conversa, mais no período do Setembro Verde, que é o mês da doação de órgãos. Nós repensamos reestruturamos, e esse projeto, agora, é do ano inteiro, que não tem fim, vai ser contínuo”, reforçou.
Como no Brasil que autoriza a doação é a família, a coordenadora adjunta da Central Estadual de Transplantes também relatou que o público-alvo foi ampliado, para além dos profissionais da área de saúde. Também há uma preocupação em reforçar a conscientização sobre o tema com as comunidades religiosas e o segmento jovem.
“Já iniciamos o projeto com a população da Igreja Católica, mas vamos levar também para outras vertentes religiosas. E já iniciamos com as escolas do ensino médio do Estado, principalmente na capital”, observou, ressaltando que a proposta é levar as ações para o interior do Maranhão.
Janaína Câmara destacou a falta de conhecimento como um dos principais entraves que levam à formação de longas filas de espera por transplantes no estado – só no caso da espera por uma córnea, são 900 pacientes na fila. “Quando eu desconheço como é o processo de doação, eu posso pensar que meu corpo vai ser mutilado, e não é isso. A gente, enquanto profissional de saúde, garante que o corpo vai ser totalmente recomposto, vai ficar uma cicatriz como a de uma cirurgia qualquer”, disse ela.
A coordenadora adjunta da Central Estadual de Transplantes relatou, ainda, que a pandemia de Covid-19 também foi outro grande entrave para a realização de transplantes. “Não só no Maranhão, mas no Brasil e no mundo, a pandemia afetou a questão de doação de órgãos, porque ter a doença era uma contraindicação absoluta para ser doador de órgãos e tecidos”, disse.
FONTE: ALEMA