Uma força-tarefa foi mobilizada para auxiliar vítimas das fortes chuvas e enchentes registradas no Maranhão. Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (23), em São Luís, integrantes do Comitê Gestor de Prevenção e Assistência às Populações Vítimas das Chuvas (CPAV), do Governo do Maranhão, detalharam a jornalistas as ações emergenciais já adotadas e novas medidas para salvar vidas, resgatar vítimas e auxiliar desabrigados e desalojados.
A iniciativa privada está sendo envolvida para ação humanitária para dinamizar e angariar mais doações a desabrigados em função das chuvas, como cestas básicas, galões de água e colchões.
O CPAV é composto por secretarias e órgãos da administração pública estadual e foi criado por meio de decreto estadual expedido pelo governador Carlos Brandão no dia 25 de janeiro de 2023. À época, o objetivo era auxiliar vítimas das chuvas fortes registradas nos quatro municípios da Grande Ilha de São Luís.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, 37 cidades maranhenses decretaram situação de emergência por conta das fortes chuvas. “Em números atualizados, nós já temos 37 municípios com situação de emergência decretada e 20 dessas cidades já foram reconhecidas pela situação de anormalidade”, frisou o coronel Célio Roberto, comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão.
Toneladas de alimentos e Restaurante Popular
Durante a coletiva, o secretário de Estado do Desenvolvimento Social (Sedes), Paulo Casé, detalhou como o Governo do Maranhão vem auxiliando os municípios afetados. Além das cestas básicas, água e colchões, a rede de Restaurante Popular do Maranhão ampliou a produção para atender as cidades afetadas com os temporais. Segundo Casé, 20 mil cestas básicas já foram mobilizadas para doação – 2.000 cestas somente nesta quinta-feira, o que corresponde a 200 mil toneladas de alimentos produzidas.
“O governador anunciou o reforço nessa rede, que é a maior rede de segurança alimentar da América Latina, onde temos 168 restaurantes populares, distribuídos em 152 cidades, muitas delas afetadas por esse estado de calamidade. Nosso governador solicitou a produção imediata e a gratuidade. Assim foi feito”, afirmou.
O trabalho de distribuição de alimentos acontece da seguinte forma: a Defesa Civil, coordenada pelo CBBMA, identifica as famílias afetadas e repassa o quantitativo para a Sedes, que, com base nessa informação, fornece o número de alimentos necessário, no formato ‘quentinha’.
Parceria
Ao todo, empresas maranhenses já disponibilizaram 1.900 colchões e 6.300 fardos de água mineral em assistência aos atingidos pela tragédia ambiental. O secretário de Estado de Indústria e Comércio (Seinc), Júnior Marreca, responsável pela articulação e parceria com a iniciativa privada, falou aos jornalistas como funciona essa parceria. “Coube à Seinc procurar os parceiros, aqueles que são beneficiados pelas leis de incentivo do estado para que possam nos ajudar com a contribuição que eles têm por obrigação de nos dar nessa parceria, em doações de colchões e água”, disse Júnior Marreca.
Ações em execução
De acordo com o comandante do CBMMA, coronel Célio Roberto, 1.193 famílias estão desabrigadas (pessoas que estão sem abrigo) e outras 1.519 estão desalojadas (quando a vítima precisou deixar sua casa, mas está abrigada na casa de parentes ou amigos). “No primeiro momento a determinação do governador é que deixemos as pessoas em segurança, deslocando-as para locais seguros. Em seguida, entra a assistência humanitária”, explicou o comandante do CBMMA.
Após a criação do CPAV, além da doação de alimentos, itens de higiene pessoal, colchões e água, o Governo do Estado vem atuando na limpeza, drenagem e desobstrução de córregos e até mesmo na reconstrução de vias.
Também foi disponibilizado serviço de emissão de documentos para auxiliar pessoas que acabaram perdendo a toda a documentação com a tragédia ambiental, como explicou o secretário de Estado da Segurança Pública (SSP), Silvio Leite.
“O governador nos orientou a encaminhar imediatamente o Instituto de Identificação, a Perícia Oficial do Estado para os locais atingidos. Hoje nós estamos nas cidades de Trizidela do Vale e Presidente Dutra, tirando o documento de identidade daquelas pessoas que perderam toda a sua documentação. São dezenas de mãos unidas para que possamos minimizar cada vez mais os danos causados pelas chuvas”, ressaltou Silvio Leite.
O secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, que coordena o CPVA, lembrou que o ministro da Integração Nacional de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, visitou o Maranhão e sobrevoou regiões alagadas, atendendo orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que determinou apoio total ao Maranhão.
“O governador convidou o ministro da Integração, Waldez Goés, sobrevoaram a região do Mearim, Santa Luzia, a Barragem do Rio Flores e de lá ele já se deslocou para Brasília para buscar mais recursos. O governador não mediu esforços, a ordem dele é socorrer os municípios”, destacou Madeira.
Recomendações
A recomendação da Defesa Civil é que havendo sinais de deslizamentos, infiltrações, aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras em paredes, inclinação de tronco ou postes, a população deve abandonar imediatamente o local e acionar a Defesa Civil. Em casos de emergência médica, a população deve ligar para o 192 e acionar o SAMU e usar o 193 para chamar o Corpo de Bombeiros para resgates e salvamentos.
FONTE – GOVERNO DO MARANHÃO