Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em São Luís esta semana para se encontrar com lideranças indígenas, movimentos sociais organizados e trabalhadores, com o intuito de debater os desafios do país. Recepcionado pelo governador Flávio Dino, o ex-presidente visitou na manhã desta quinta-feira (19) as obras do Hospital da Ilha, onde acompanhou o início da aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19 para os operários da construção civil.
“Fiz esse convite ao ex-presidente Lula para mostrar o avanço na vacinação. Iniciamos essa fase da imunização trazendo a vacina aos canteiros de obras, uma das inovações que fizemos nessa ação. O Maranhão é o estado com a menor taxa de mortalidade pela doença no Brasil, mérito dos nossos profissionais de saúde e da seriedade com que encaramos todos os problemas no combate à pandemia”, comentou o governador.
O Hospital da Ilha é a maior obra de saúde do estado, com investimento próprio de R$ 160 milhões. Com 32 mil metros quadrados de área construída, a unidade atenderá urgência e emergência, tendo 310 leitos na fase de inauguração, prevista para dezembro de 2021, e 420 na conclusão. Durante a construção estão sendo gerados 343 empregos diretos, além de centenas de trabalhos indiretos.
Na sequência, a comitiva se reuniu com lideranças indígenas da Área de Proteção Ambiental do Itapiracó, onde Flávio Dino assinou o projeto de lei do Estatuto Estadual dos Povos Indígenas, encaminhado para apreciação dos deputados estaduais. Na ocasião, Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), entregou os títulos de Guardião da Soberania Alimentar ao governador e Guardião dos Territórios Indígenas ao ex-presidente, que aproveitou a oportunidade para defender a Floresta Amazônica.
“Uma árvore em pé hoje é mais importante do que 60 pés de cana. É muito mais lucrativo para o Brasil, para os indígenas e para toda a humanidade do que qualquer quantidade de soja”, afirmou Lula.
Mais uma escola inaugurada no Maranhão
Governador Flávio Dino e ex-presidente Lula durante visita à unidade do IEMA (Foto: Gilson Teixeira)
A unidade Tamancão do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) foi inaugurado pelo governo estadual nesta quinta-feira (19) e também contou com a presença do ex-presidente Lula, que teve a oportunidade de conhecer a exitosa experiência educacional maranhense, através do secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, que apresentou uma síntese dos principais programas na área, como os próprios IEMAs, a Escola Integral Bilíngue do Rio Anil e a Escola Vocacional, a educação inclusiva para surdos, o programa de intercâmbio IEMA no Mundo, e o de alfabetização ‘Sim, Eu Posso’, método freireano desenvolvido em parceria com o Movimento Sem Terra (MST), dentre outros.
“Hoje nós quisemos contar para o senhor [Lula] algumas histórias, que a exemplo do seu governo transformaram vidas. Nós lhe agradecemos por tudo que você fez, por tudo que você faz. Queremos agradecer ao governador Flávio Dino, que paga o melhor salário do Brasil para professores estaduais. Tudo o que estamos fazendo é inspirado no seu governo”, disse Camarão, que presenteou Lula com duas canetas. O singelo presente, explicou o secretário, teve um valor simbólico. “Nas grandes universidades, os professores que vão se aposentar ganham uma caneta para simbolizar todo o trabalho prestado pela educação”, completou.
Em seu discurso, o governador Flávio Dino agradeceu professores e alunos do Maranhão. “A educação combate a desigualdade, a injustiça. É um absurdo o atual ministro da Educação dizer que pessoas com deficiência atrapalham o Brasil. O que atrapalha é governante incompetente que odeia o povo, que odeia as pessoas”, disse.
Por fim, o ex-presidente Lula disse que a única saída para o país é que o poder público invista na educação, e incentivou os jovens a estudarem. “Na medida em que você começa a aprender um curso técnico, uma profissão, o mundo se abre, você percebe que a chance de viver dignamente é muito maior. Os jovens não podem desanimar, achar que não vale a pena. Se eu, que só fiz um curso de torneiro mecânico, cheguei a ser presidente do país, imaginem o que vocês podem ser. Aproveite, pois somente com a educação nós vamos salvar esse país. Não é possível 500 anos de atraso”.
FONTE – MA.GOV.BR