Coordenador geral, jornalista Moisés Matias fez um relato sobre os trabalhos da instituição, criada há 21 anos
Os projetos ecológicos desenvolvidos pelo Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, em São Luís, foram o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (30), no programa ‘Sustentabilidade na Prática’, da Rádio Assembleia (96,9 FM).
Durante o programa, apresentado pela radialista Maria Regina Telles, o coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí, jornalista Moisés Matias, fez um relato sobre os trabalhos da instituição, criada há 21 anos.
“Foi em 2003 que nós começamos a construir um laboratório ecológico, em um pequeno espaço de terra, em São Luís, com o objetivo de provar que o Maranhão é rico e que a riqueza pode ser acessada e distribuída através da ecologia. E, assim, surgiu o Sítio Panakuí, um projeto que permite ativar o que chamamos de Felicidade Interna Bruta (FIB), e que, uma vez aplicado como política pública pode transformar o Maranhão em uma potência social e ecológica para o Brasil e o mundo”, declarou Moisés Matias.
Ele acrescentou que, sob inspiração de grandes ecologistas, teve a ideia da criação de um laboratório de ecologia profunda. E em uma área queimada, começou a construir um barraco de taipa, coberto com palha do babaçu.
“E ali fomos roçando, plantando e cuidando. No meio da pandemia, nos preparamos para apresentar ao Maranhão e ao país o Sítio de Inteligência Alternativa, o negócio ecológico. E a principal vedete do projeto é a Universidade Livre Panakui, uma plataforma para a realização de cursos ecológicos do Maranhão para o mundo. Essa nossa proposta está sendo apresentada aos parceiros públicos e privados. Estamos fazendo uma grande obra e não podemos parar. Desta obra depende a preservação da vida. E precisamos de aliados”, assinalou.
Folha de Gaia
Ecologista pioneiro no jornalismo ecológico, Moisés Matias nasceu no Acre, na fronteira com o Peru. Ele disse que chegou ao Maranhão em 1986 e no ano de 1989 passou a editar em São Luís o jornal ecológico Folha de Gaia, um pioneiro no tema no Brasil. Desde então, passou a participar de pesquisas, estudos e eventos de natureza socioambiental.
“Passei vários anos estudando o Maranhão, viajando e publicando denúncias e outros textos sobre o tema. A grande indagação que eu carregava, e ainda carrego, é o fato de o Maranhão apresentar uma fabulosa riqueza ambiental, seu povo carregar uma cultura tradicional de grande valor, algo que é considerado como “valor inestimável”, e o estado apresentar os mais baixos indicadores sociais do Brasil”, frisou Moisés Matias.
O coordenador geral do Sítio de Inteligência Alternativa Panakuí observou que o planeta enfrenta crises simultâneas: a financeira, a energética e o aquecimento global e acabou de passar por uma pandemia.
“São fenômenos interligados, se retroalimentam e não serão resolvidos separadamente. Precisamos da ousadia ecológica. Essa é a visão do paradigma emergente, que pensa a crise global como uma oportunidade de solução. No Maranhão, para além da crise, há um cenário de possibilidades. O estado conserva um paradigma tradicional, saber imaterial das grandes tradições da humanidade, os povos indígenas, os afrobrasileiros, as categorias de trabalhadores tradicionais, como pescadores, extrativistas, assim como o estado conserva um grande patrimônio natural. É essa a nossa mensagem mais importante”, ressaltou o ecologista.
FONTE: ALEMA