O programa ‘Diário da Manhã’, desta sexta-feira (26), na Rádio Assembleia (96,9 FM), entrevistou a médica ortopedista e cirurgiã de mão, Klicia Costa. Na conversa com o jornalista Ronald Segundo, ela abordou, entre outros assuntos, as características de sua especialidade e a demanda de cirurgia nessa área no Maranhão.
Klicia Costa explicou que a cirurgia de mão é uma área nobre dentro da ortopedia e que ainda conta com poucos profissionais no Brasil. “É uma especialidade difícil de o profissional conseguir acesso no mercado de trabalho, devido à pequena oferta de vagas. Por isso, ainda somos poucos no Brasil”, afirmou.
Segundo a médica ortopedista, no entanto, a literatura médica fala que a quantidade de pacientes com trauma de mão está no topo das demandas de qualquer hospital. “Isto acontece porque a gente usa as mãos para tudo e a ocorrência de acidentes domésticos, de trânsito, de trabalho e violências acontece com muita frequência. Por isso recebemos uma grande quantidade de pacientes”, explicou.
De acordo com Klicia Costa, por ser uma especialidade ainda pouco conhecida, as pessoas que precisam desse tipo de atendimento ainda demoram para buscar tratamento. “Muitos chegam e me dizem que não vieram antes porque não sabiam da existência dessa especialidade. Infelizmente, as pessoas demoram a chegar e, às vezes, chegam em situação de lesões crônicas, o que dificulta tanto o tratamento cirúrgico quanto a reabilitação do paciente. E isto faz muita diferença”, afirmou.
Origem
Klicia Costa revelou que a cirurgia de mão surgiu durante a Segunda Guerra Mundial em razão da necessidade de, rapidamente, se recuperar os soldados lesionados para poderem voltar ao combate.
“E isto exigia um atendimento abrangente das lesões das mãos. Por isso, hoje, quando alguém demanda um tratamento de mão que não é atendido por um especialista, a cura se torna mais difícil. Só um especialista nessa área pode oferecer o tratamento adequado a cada caso”, disse.
Mais frequentes
Segundo Klicia Costa, a demanda mais frequentes de atendimento nessa área está relacionada a traumas nas mãos, como, por exemplo, fraturas de punho, por queda ao solo, e de falange e é muito grande. “Lesões de tendão por acidentes domésticos, patologias ortopédicas, que não são traumas, e as tendinites. Essas são as demandas mais frequentes”, acrescentou.
Por fim, Klicia Costa deu orientações de como proceder nos casos em que, por acidente, ocorre a amputação de um membro.
“Primeiro é importante manter a calma. Em seguida, colocar a peça numa solução salina (soro fisiológico) dentro de um recipiente e somente depois colocar no gelo. Colocar a peça direto no gelo não é adequado, porque isquemia os vasos e o cirurgião não consegue fazer o implante devido ao vaso já chegar danificado. Não se deve colocar peça no gelo ou formol”, esclareceu.
FONTE: ALEMA