Os desafios das mães atípicas foram abordados pela turismóloga Poliana Gatinho, ativista da inclusão e coordenadora do Movimento Orgulho Autista do Brasil (Moab-MA), e pela historiadora e artesã Ceila Maria, no programa ‘Toda Mulher’, da TV Assembleia, nesta quarta-feira (13). Elas são mães, respectivamente, de João e Clara, diagnosticados com autismo e a quem se dedicam com todo cuidado e amor.
As duas relataram sobre o impacto inicial do diagnóstico e de como lidaram com isso. “Estudando, batalhando mesmo, para compreender, primeiramente, o autismo, porque era algo que eu não compreendia. Mas, eu fui estudar para poder ajudar minha filha”, afirmou Ceila Maria, que teve a filha diagnosticada aos 22 anos.
“A gente tem aquele impacto inicial, porque o desconhecido nos assusta, dá medo, dá uma sensação de que a gente não vai conseguir, de impotência. Muitas mães chamam de luto”, declarou Poliana Gatinho, afirmando que o filho teve diagnóstico precoce, com um ano e meio de idade.
E a ativista da inclusão complementou: “Quando a gente se vê diante do diagnóstico, naquele primeiro momento, dá aquele impacto de que tudo vai ser diferente, e realmente é. E a gente tem muitos medos, de não conseguir ajudar o suficiente, de fraquejar na caminhada”.
Poliana Gatinho também abordou o discurso capacitista que é reproduzido pela sociedade a partir de falas comparativas nas quais as pessoas afirmam não ter problemas diante do que observam na vida de uma mãe atípica. “Todas as pessoas têm problemas têm altos e baixos, têm suas idas e vindas, e em algum momento da sua você vai poder reclamar, porque é a sua vida”, ressaltou.
Ceila Maria assinalou que também se sentiu solitária. “Eu olhava para os lados e não via alguém do meu ciclo de amizade, que era extenso, com aquela mesma realidade. E aí eu tive que ir para o Instagram, para os livros. E o interessante é que Clara, aos 22 anos, me ajudou”, destacou.
Conquista
Também destacaram os momentos de alegria diante das conquistas dos filhos. “É aquilo que faz com que a gente levante e diga: estamos no caminho certo. É o que nos dá força, são as pequenas conquistas dos nossos filhos”, disse Ceila Maria.
Também abordaram questões como a falta de tratamento adequado ao autismo na rede pública, mesmo com o resguardo da legislação, e que esse atendimento deve ser ampliado para as mães. Durante a conversa no ‘Toda Mulhert, trataram, ainda, sobre o trabalho desenvolvido pela Associação Maranhense dos Amigos dos Autistas (AMA).
FONTE: ALEMA