A realização de um cursinho pré-vestibular gratuito Em São Luís – denominado ‘Cursinho Popular De Boas’ – foi o tema abordado, na manhã desta segunda-feira (18), no programa “Sustentabilidade na Prática”, da Rádio Assembleia.
Durante o programa, apresentado pelas radialistas Maria Regina Telles e Marina Sousa, a coordenadora do projeto Rede de Arte, Cultura e Educação Popular, a professora e engenheira agrônoma Josewania Coelho fez um relato sobre o Cursinho Popular, que hoje funciona com quatro núcleos na capital, envolvendo mais de 40 educadores. Também participou da entrevista uma ex-aluna do cursinho, Aysylana Campos, hoje uma das educadoras da “Rede De Boas”.
A professora Josewania Coelho explicou que o Cursinho Popular De Boas surgiu em São Luís no ano de 2017, com o nome de Cursinho Popular Ruy Frazão, a partir de discussões realizadas por um grupo de militantes e ex-militantes de esquerda que consideraram que era necessário fortalecer as organizações sociais e a atuação nas bases e, também, incentivar a participação dos jovens na política.
“Uma das alternativas foi estimular a criação de cursinhos populares e gratuitos para contribuir com a democratização do acesso à universidade pública. E foi assim que surgiu este nosso Cursinho Popular, inicialmente com apenas uma sala de aula no Centro Histórico de São Luís”, declarou Josewania Coelho, que também trabalha como professora do Iema de São José de Ribamar.
Formação Crítica
A professora acrescentou que, atualmente, o cursinho, com sede no Edifício Vinicius de Moraes, no Calhau, funciona em quatro núcleos: um no campus da Uema – Cidade Universitária Paulo VI, outro na Igreja de São Francisco de Assis, no bairro São Francisco; no Clube de Mães do bairro Sá Viana e na Pastoral do Menor, na Vila Embratel.
“A proposta deste cursinho pré-vestibular gratuito tinha como objetivo envolver os jovens não apenas na preparação para o Enem e outros vestibulares, mas também incentivar uma formação crítica e cultural de jovens em situação de vulnerabilidade social”, frisou a professora Josewania Coelho, acrescentando ainda que os primeiros alunos eram jovens moradores de áreas adjacentes do Centro Histórico.
A partir de articulações institucionais e contatos, o Cursinho apresentou projeto pela Lei de Incentivo à Cultura, no Edital de 2018, e passou a ter o apoio do Governo do Estado, através do patrocínio do Grupo Mateus, possibilitando assim ampliar cada vez mais os núcleos, apoiar os professores com uma bolsa, adquirir equipamentos, realizar eventos e remunerar a equipe pedagógica de apoio e a comunicação.
A professora Josewania Coelho assinalou que, em 2020, em virtude da pandemia da Covid 19, o cursinho buscou alternativas para dar continuidade a suas atividades de preparação de seus alunos para os vestibulares e ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
“Na época, nós criamos o aplicativo ‘De Boas’, no qual foi possível estabelecer um espaço de comunicação, execução de atividades, encaminhamentos de links de aulas disponíveis em dois canais no Youtube e, a partir deste aplicativo, foi possível pensar em aulas remotas. Hoje, muito nos orgulha a parceria que temos com a Uema, a Igreja Católica e diversas entidades comunitárias”, ressaltou a professora Josewania.
Educação popular
Ex-aluna do cursinho, Aysylana Campos, hoje uma das educadoras da “Rede De Boas”, frisou que houve a necessidade de colocar um nome ao projeto que passou a se chamar “De Boas – arte, cultura e educação popular”, em função do Edital da Secretaria de Cultura (Lei de Incentivo). A partir do projeto ‘De Boas’ apresentado à Cultura, o Cursinho reestruturou-se e passou a realizar oficinas culturais combinadas com as aulas em uma concepção da educação popular com a dimensão cultural.
“Hoje somos mais de 40 educadores e cerca de 15 oficineiros, que trabalham com arte, cultura, agroecologia e educação ambiental”, afirmou Aysylana Campos, que cursa Ciências Agrárias no Ifma do Maracanã.
Aysylana Campos disse que, em 2019, o Cursinho buscou realizar uma parceria mais orgânica com a Igreja Católica, e a partir de contatos com os padres combonianos, consolidou-se o núcleo da Vila Embratel, onde os padres cedem o espaço para sala de aula e o ‘De Boas’ entra com o apoio pedagógico aos professores e outras ferramentas para o desenvolvimento do cursinho.
FONTE: ALEMA